AS RESTINGAS COMO ELEMENTO DE TRANSVERSALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA
PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES E PROFESSORES DE BIOLOGIA

Nome: Welds Duarte Oliveira
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 08/03/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Marcos da Cunha Teixeira Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Karina Schmidt Furieri Examinador Interno
Marcos da Cunha Teixeira Orientador
Tathiana Guerra Sobrinho Examinador Externo

Resumo: Diversos documentos legais e especialistas orientam que os temas relacionados ao meioam biente devem ser trabalhados de forma transversal e interdisciplinar no currículo escolar.
Além disso, defendem a regionalização do currículo como estratégia para aproximar os indivíduos da sua realidade socioambiental. No estado do Espírito Santo, as restingas constituem um dos principais ecossistemas dos municípios litorâneos, sendo palco histórico e cultural da relação entre o homem e a natureza. Portanto, a inserção das Restingas no currículo escolar das escolas locais é de extrema relevância. Diante disso, neste estudo objetivou-se
investigar as percepções de estudantes do ensino médio e de professores de Biologia sobre as Restingas. Foram avaliadas as concepções de Restinga dos participantes, sua inserção nas práticas dos professores, bem como as dificuldades encontradas pelos docentes para a realização de aulas de campo nesses ambientes. Utilizou-se da abordagem de pesquisa qualitativa do tipo exploratória e os dados foram produzidos através da aplicação de
questionários semiestruturados, adaptados e aplicados para 44 estudantes do 3º ano do Ensino Médio e 30 professores, remotamente, pela plataforma “google forms”. As respostas obtidas foram submetidas à análise de conteúdo. Utilizando a técnica da Evocação Livre, verificou-se
que 70% dos termos evocados se concentraram em 3 das 12 categorias observadas
(“vegetação”, “mar/praia” e “areia/solo”) e, portanto, evidenciam uma percepção
de Restinga como vegetação rasteira que ocorre junto à praia, em solo arenoso. Percebeu-se
uma ausência de elementos socioculturais relacionados à identidade local. Em relação aos
ecossistemas que compõem a Ilha de Guriri, 66,03% dos termos fazem referência à Restinga,
entretanto, quando perguntados em qual bioma a Ilha de Guriri está localizada, 29,54% dos
alunos afirmaram que é a restinga; demostrando que ainda existe uma certa confusão entre estes
dois conceitos, citando inclusive biomas que não estão representados na região, como Caatinga,
Cerrado, Pampas e Floresta Amazônica. Em relação à associação livre dos professores, foram
obtidas 9 categorias das quais a mais representativa foi “ambiente” com 42 termos (27,21%).
Porém, a representatividade relativa das categorias “vegetação” (com 28 termos/19,04%) e
“fatores abióticos” (com 23 termos/15,64%), revela que, mesmo entre os professores,
predomina uma percepção fragmentada e limitada da Restinga, com poucas referências aos
elementos antrópicos. Quanto à inserção das Restingas nas aulas, 13 professores responderam
que abordam diversos conteúdos como Ecologia, Botânica, Zoologia e Genética. Dos 17
professores que responderam que nunca utilizaram a restinga para realização de aulas de campo,
12 elegeram a dificuldade de acesso e o custo de transporte como principais dificuldades. Outras
dificuldades citadas pelos professores foram a burocracia escolar, falta de apoio pedagógico,
falta de interesse e outros motivos de ordem pessoal. Contudo, os professores apontaram uma
diversidade de caraterísticas que fazem das Restingas um potencial espaço pedagógico para a
transversalização da educação ambiental no currículo escolar. Esses resultados obtidos indicam
um ensino fragmentado e descontextualizado das temáticas ambientais regionais. A partir
desses resultados foi elaborada uma sequência didática visando contribuir para a
transversalização do tema meio ambiente a partir de uma abordagem das Restingas que a
reconheça em seus aspectos físicos, biológicos e socioculturais.
Palavras chave: Educação Ambiental Crítica. Restingas. Regionalização do Currículo. Ensino de Biologia. Transversalização.

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